Em baixo da escada ressoa alto e agudo.
Lâmina contra lâmina, a defesa se retrai.
Os cavalheiros miram-se com desprezo,
Sob o capacete, um deles nota um cabelo longo loiro e preso.
Olhar por olhar,o ataque se contrai.
Golpes de mão desnudam as armaduras sem critério,
Suor, arrepio, tesão e atração rodeados por mistério.
Corpo contra corpo, a lucidez por si esvai.
Beijos pelo rosto, lábio e pescoço,
Um sussurro no ouvido promovido pelo alvoroço.
Peito contra peito, a lucidez por si esvai.
Movimentos loucos, rápidos, degladiam-se na escuridão,
Dois corpos inconscientes guiados pela selvagem tentação.
Pelo com pelo, o prazer realça-se.
Onde seria apropriado o mais alto nível de censura,
Aquieta-se uma moça devidamente pura.
Boca com boca, a diferença contrasta-se.
Mínimos movimentos em momentos de claustrofobia,
Uma calma sucinta que precede a inevitável euforia.
Luz na lâmina, o ferro reflete.
Abaixa-se e apunhala a espada,
Arma fincada no próprio peito enquanto abaixada.
Pulso sem pulsação, o coração se contrai.
Um ultimo momento de putaria.
Um ultimo momento de alegria
Sophia, era o nome da donzela da escadaria.
Guilherme Alonso Calçado
23/07/2009